13 a 15 de dezembro de 2018 é destacado como período tentativo para a realização do encontro na capital de Goiás. Estrutura será viabilizada para 1.000 participantes. Delegações serão definidas em encontros estaduais, propostos para acontecer até agosto de 2018. Reunião preparatória registrou a presença de cerca de 80 mulheres negras
A 1ª Reunião Preparatória do “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” aconteceu no último sábado (5/5), na sede nacional da CONAQ (Coordenação Nacional de Quilombos), em Brasília. A atividade deu seguimento à deliberação por aclamação de realização Encontro Nacionalde Mulheres Negras 30 Anos, definido em Plenária do Fórum Permanente de Mulheres Negras, ocorrida no Fórum Social Mundial Social 2018, em 15 de março, em Salvador. Naquele momento, a candidatura de Goiânia como sede do “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” foi apresentada pelo Movimento Negro Unificado (MNU) e aprovada por cerca de 200 mulheres negras presentes no Fórum Permanente de Mulheres Negras.
No sábado passado (5/5), as mulheres negras deram continuidadeaos encaminhamentos de organização do encontro. Do início ao fim, foram registradas cerca de 80 mulheres negras participantes da 1ª reunião preparatória. Dentre as entidades nacionais, estiveram representadas: Agentes da Pastoral Negros (APNs), Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Coordenação Nacional de Quilombos (CONAQ), Fórum Nacional de Mulheres Negras, Movimento Negro Unificado (MNU) e União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro) – seis das oito entidades nacionais integrantes do Comitê Nacional Impulsor da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, de 2015.
Entre os principais acordos estão: indicação de 13 a 15 de dezembro de 2018 como data do encontro; definição de 1.000 vagas para participantes negras no encontro nacional, atendendo ao critério de representação populacional negra e de mobilização de mulheres negras por estado; designação do evento como “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”; formação de comissão executiva por ativistas negras do estado de Goiás; criação de cinco comissões, integradas por militantes negras de diferentes localidades do Brasil, a fim de viabilizar o encontro nacional: Finanças, Infraestrutura, Comunicação, Documentos e Metodologia.
Organização do encontro nacional – Um dos principais desafios é a mobilização de mulheres negras nos estados. De acordo com a reunião, a articulação com os estados será iniciada com foco na organização de calendário até 25 de maio, com indicativo de datas e locais para que as mulheres negras, nos seus estados de origem, possam participar de reuniões preparatórias locais para definição das delegações. A proposta é incentivar a realização de encontros estaduais até agosto, tendo o #JulhoDasPretas como um momento de articulação e debate sobre o encontro nacional. Setembro foi recomendado como prazo para a realização de encontros regionais, para aqueles estados que consideraram adequada essa modalidade de mobilização.
Dentre os encaminhamentos, ainda, constam: elaboração da Carta do Guará acerca do chamamento para o “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”; carta de apoio à candidatura da escritora Conceição Evaristo para a Academia Brasileira de Letras (ABL); carta de apoio as 17 mulheres negras jovens assediadas e estupradas por professor da Universidade do Estado de Santa Catarina. O grupo presente também definiu por realizar a 2ª Reunião Preparatória do Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” em 9 de junho, em Goiânia, e por outras duas – em agosto e novembro, para fins de organização do encontro nacional.
A exemplo da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, o “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” não tem recursos para custear a participação de ativistas nem viabilizar as despesas das delegações estaduais. Contudo, a diferença do encontro em Goiânia é a limitação de participantes, em razão do formato do evento: encontro com apresentação de temas e debates de interesses das mulheres negras.
Temas em debate – Ao longo da 1ª Reunião Preparatória do “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”, as ativistas destacaram a autonomia do movimento de mulheres negras, o impacto positivo da Marcha das Mulheres Negras de 2015 e a interlocução com outros agentes, setores e temáticas persistentes e emergentes, tais como: diversidade das mulheres negras (faveladas, atingidas por barragem); juventudes; relação intergeracional; homens negros; feminismos; partidos políticos; eleições; LGBT; questões políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais; geopolítica; autocuidado; comunicação política; segurança na internet; segurança alimentar e nutricional; letalidade de mulheres negras e população negra; encarceramento de mulheres negras. Dentre os assuntos, as militantes concordaram que o racismo e o sexismo são questões comuns a todas as mulheres negras, reafirmando o compromisso de enfrentamento e eliminação por meio de mudanças estruturais do Brasil como um dos vetores do encontro nacional.
Em breve, será divulgado o relatório da 1ª Reunião Preparatória do “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” para todos os estados.
Confira: Relatório do Fórum Permanente de Mulheres Negras, que deliberou pela realização do “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”.
Redação: Bel Clavelin, jornalista. Revisão: Naiara Leite e Ivana Leal.