Por Julio Menezes Silva
Foto destaque: Lisandra Pedreira
A sétima edição do Julho das Pretas consolidou-se em 2019 como potente estratégia de incidência política com alcance nacional. O conjunto de atividades propositivas elaboradas pelos diferentes movimentos de mulheres negras, com forte apelo no norte e nordeste, contou com ações no Distrito Federal e em 16 estados – Maranhão, Sergipe, Bahia, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Fortaleza, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Pará, Amapá, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Belo Horizonte, Goiás – nas cinco regiões do país. Essa movimentação política mobilizou milhares de pessoas e promoveu a ocupação de ruas, praças, escolas, teatros, universidades, quilombos, rios e florestas, fato que despertou o interesse da imprensa nacional: Portal G1, Brasil de Fato, A Tarde, Rede TVT, A Critica, Correio Nagô e Geledés.
Entre as atividades do Julho das Pretas estão as Marchas das Mulheres Negras, sem dúvida o ponto alto do calendário. No 25 de julho, mulheres em diversas partes do país caminharam em marcha nessa data, quando é comemorado em toda a América Latina e no Caribe o Dia Internacional da Mulher Negra. No Brasil, o 25 de julho também é celebrado em memória da líder quilombola, rainha e chefe de Estado Tereza de Benguela, mulher negra que viveu no Vale do Guaporé, no Estado do Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê, onde ela implantou uma espécie de parlamento e um sistema avançado de defesa que resistiu da década de 1730 até o final do século do século XVIII, quando foi perseguida e assassinada pelo governo imperial.
A ponte entre o passado ancestral e o presente está na oralidade que ecoa nas vozes das mulheres negras envolvidas no Julho das Pretas. Um exemplo vem de Belém do Pará, do discurso proferido por Mãe Juá D’ Óya, na concentração da Marcha das Mulheres Negras Contra o Facismo: “os nossos passos vêm de longe e jamais nos pararão. Enquanto houver essa juventude aqui, que nos olha, que caminha conosco, nos teremos a certeza de que nenhum governo, nenhum sistema há de nos destruir. Porquê nós somos as filhas da vitória! As nossas antepassadas foram assassinadas naqueles coveiros. E as que conseguiram atravessar de África, arrastadas, até o Brasil, resistiram! E nós somos a prova disso. Continuaremos resistindo. Saravá a todas nós! Salve as mulheres negras brasileiras! Salve as mulheres amazônicas”.
Assista o discurso no link ao lado: https://www.youtube.com/watch?v=pbRmcoLr2Kc
Valdecir Nascimento, coordenadora-executiva do Instituto Odara, engrossa o coro quando avalia a ação: “nossos passos vêm de longe e continuamos marchando. Enquanto tiver uma mulher negra oprimida, continuaremos marchando. Enquanto o racismo estiver potente, continuaremos marchando(…) enquanto as trans negras não tiverem acesso e o seu reconhecimento, continuaremos marchando. O Julho das Pretas é uma estratégia de levante, é uma estratégia revolucionária”.
De Eduarda Nunes, da Comissão de Comunicação da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, vem o relato do que foi o Julho das Pretas em Recife, onde houve atividades em cinco cidades da região metropolitana, no Sertão e na Zona da Mata do Estado. Mais de 500 mulheres participaram diretamente da organização das atividades. “Ficamos felizes de retornamos a espaços que já tínhamos aproximação e perceber o quanto as mulheres negras têm tomado cada vez mais propriedade e consciência sobre as suas vidas e seus corpos. Grupos mistos e até os que não têm trabalhado com a temática racial têm reservado momento para a discussão sobre o 25 de julho. Avaliamos como positiva essa preocupação de, além de falar sobre, nos convidar para facilitar alguns desses espaços. Ficamos felizes em observar em como temos andado para frente junto às nossas companheiras pernambucanas”.
No Paraná atividades ocorreram em cinco municípios com destaque às ocorridas na casa de terreiro da Mãe Marina de Ogum, em Foz do Iguaçu, além de ações nas cidades de Nélio Procópio, Quilombo da Restinga e Matinhos. Na capital Curitiba, o local da ação foi na praça Zumbi dos Palmares. A demanda de ampliar as atividades para ficar mais perto das mulheres negras e descentralizada da capital é uma conquista da nova coordenação da Rede de Mulheres Negra do Paraná, hoje sobre o comando de Heliana Hemetério. “Quando assumi a coordenação da Rede, decidi que eu iria interiorizar o Julho das Pretas (…) o que posso dizer é que foi positivo! Você sabe como é Curitiba, uma cidade complicada, é um racismo danado, uma dificuldade de discutir. Tem toda uma maneira (elaborada) de trabalhar o racismo aqui. Eu tive que me empoderar, eu tive que pesquisar que população era essa (…) Teve a homenagem as mulheres negras que achei perfeita. A Feira de Empreendimento, homenageando essas mulheres negras que estão a anos nessa luta contra o racismo nessa cidade, mulheres de comunidade, mulheres empreendedoras”.
São Paulo abrigou pela primeira vez o Festival Latinidades, como parte das ações do 25 de Julho. Durante cinco dias, houve debates, oficinas e shows, com programação gratuita no Centro Cultural São Paulo, entre 23 e 27 de julho de 2019. Já a Marcha das Mulheres Negras teve lugar na Praça da República, onde 7 mil mulheres se reuniram, com participações de vozes como Leci Brandão e as poetas Luana Hansen e Ingrid Martins. Em entrevista ao portal Geledés, Nilza Iraci, coordenadora de comunicação do Geledés – Instituto da Mulher Negra, sintetiza o objetivo comum do Julho das Pretas: “a marcha insere a luta das mulheres negras num novo patamar, que vem se somar às outras pautas, como a do enfrentamento ao racismo patriarcal, às violências e preconceito”. Nilza Iraci, ressalte-se, esteve no últimos 30 anos nas principais lutas antirracistas e feministas no país e no mundo. Leia a entrevista completa no portal do Geledés. Ou veja o vídeo da cobertura do Julho das Pretas pela TV dos Trabalhadores (TVT: https://www.youtube.com/watch?v=e52bqlsXNzY&t=13s
No Mato Grosso do Sul, o Julho das Pretas ocorreu pela primeira vez. O palco foi o Instituto de Educação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFTM), campus da capital. Houve discussões sobre reforma do sistema político e sobre como aumentar a participação popular – e das mulheres negras – no sistema político no Brasil. Como está a situação da mulher negras no Mato Grosso? Essa foi uma das perguntas que o encontro visou responder. No Rio de Janeiro, a Marcha das Mulheres Negras ocorreu na praia de Copacabana.
Até o Julho das Pretas que vem!
SAIBA MAIS
O Julho das Pretas é uma agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras da Bahia, região Nordeste, e mais alguns estados do país, voltada para o fortalecimento das organizações de mulheres negras. Criado em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-americana e Caribenha.
Julho das Pretas: https://institutoodara.org.br/julho-das-pretas/
DEPOIMENTOS TRANSCRITOS
BAHIA
Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Instituto Odara – Bahia
“O Julho das Pretas é uma iniciativa de incidência política das mulheres negras. Algumas organizações de mulheres negras no Brasil, esporadicamente, em alguns estados, celebravam o 25 de julho. Em muitos casos, essa data serviu como espaço onde câmaras de vereadores e assembleias legislativas de alguns estados condecoravam, concediam títulos de cidadão, de reconhecimento às mulheres negras.
A partir de 2013, o Instituto Odara, incomodado com essa redução do que era de fato o dia 25, pautou o Julho das Pretas enquanto uma estratégica política de articulação e mobilização das mulheres negras no estado da Bahia. Essa estratégia política vinha agregada de um conjunto de reflexões que considerávamos ser importantes e necessárias de serem feitas. Por que? Condecoração, reconhecimento e prêmio não bastavam. Nós queríamos que o 25 de julho fosse data de problematização para gente visibilizar a vulnerabilidade, a exclusão e todas as violências que estava submetidas às mulheres negras e, consequentemente, a população negra.
É com essa perspectiva que o Julho das Pretas vai se fortalecer no Brasil. Sem dúvida nenhuma, o processo de construção da Marchas das Mulheres Negras em 2015 vai possibilitar uma expansão, vai possibilitar com a gente pegue essa perspectiva de um Julho das Pretas, ou seja, durante todo o mês de julho você mobilizar as mulheres negras para tratar de educação, de trabalho e renda, de violência doméstica entre familiares, de moradia, de economia solidária, de cinema, de arte. Ou seja, de tudo quanto é âmbito, na área do direito, da psicologia. O Julho das Pretas redimensiona todo um processo de olhar, reflexão e discussão à respeito das mulheres negras.
Em 2016, conseguimos trazer a Ângela Davis para ser uma das anfitriãs do Julho das Pretas na Bahia. O evento (com a presença de Davis) lotou a Reitoria da Universidade Federal da Bahia com a juventude, mais de três mil jovens negros adentraram a Reitoria reforçando a importância do fortalecimento da luta das mulheres negras. Nessa ocasião, o canal de televisão do governo do estado atingiu uma audiência nunca vista antes, que foram 830 mil pessoas assistindo Angela Davis ao vivo. Essa informação está contabilizada na TV Bahia e abriu a possibilidade da gente ir atrás da TV Educadora de a gente debater com eles estratégia de um programa que pudesse visibilizar a problemática das mulheres negras considerando a audiência que o público deu naquela data de 25 de Julho que Angela Davis foi a atração principal .
Foi a partir daquela data de 2016, que a gente coloca na rua a perspectiva de que as mulheres negras movem o Brasil. E em nome das mulheres negras moverem o Brasil, a gente agregou o 25 de julho e o Julho das Pretas com o tema As Mulheres Negras Movem o Brasil. E a cada ano nós tiramos uma chamada, um eixo de debate para uma nova temática. Em 2018 trouxemos Mulheres Negras Movem o Brasil e em 2019 nós trouxemos Mulheres Negras por um Nordeste Livre. E cada região do nordeste colocou por seu estado livre. E quem acatou o slogan, pode adaptar para o seu estado: por exemplo, por um São Paulo Livre, por um Paraná Livre.
Por quê a gente chamou livre? Livre dessa onda de violência de (Jair) Bolsonaro, desse governo conservador que se colocou no poder. Nós fizemos a convocatória por um nordeste livre para consolidar o que foi o resultado das eleições de 2018. O nordeste se posicionou contra essa ordem conservadora, branca, racista, lesbofóbica e tudo o mais que compõe esse governo que está aí. Então, nós queríamos reafirmar e puxar a campo o capital social qual a leitura das mulheres negras sobre essa política. Do que queremos ser livres? Do feminicídio, do extermínio, do abuso sexual, da violência doméstica familiar, livre de todas as formas de opressão. Essa é a perspectiva do Julho das Pretas.
O Julho das Pretas é uma estratégia potente e provocadora de debates contemporâneos que envolvem e dizem respeito às mulheres negras. Nós também discutimos qual a democracia que nós queremos. Esse ano nós fizemos uma agenda específica com as escolas públicas para levar essa potência, essa energia para contagiar adolescentes, jovens, meninas e professoras negras, em suas escolas, para que elas construam formas de perceber: onde estão as mulheres negras da comunidade de minha escola? Onde estão as mulheres negras do entorno da minha escola? E a gente poder trazer as mães dessas mulheres negras que estão na escola para dentro da escola para reconhecê-las enquanto sujeitas políticas, reconhecê-las enquanto quem está desafiando cotidianamente o racismo, está desafiando a violência, quem está desafiando esse estado racista e sexista.
Então esse é o significado do Julho das Pretas para gente. Não é pouco! É uma estratégia grandiosa de enfrentamento e resistência a todas as formas de opressão que existem no Brasil. Por isso no Julho das Pretas a gente reafirma: nossos passos vêm de longe e continuamos marchando. Enquanto tiver uma mulher negra oprimida, continuaremos marchando. Enquanto o racismo estiver potente, continuaremos marchando. Enquanto um homem negro for assassinado, continuaremos marchando. Enquanto uma criança negra estiver fora da escola, continuaremos marchando. Enquanto as mulheres negras estiverem morrendo de mortalidade materna, continuaremos marchando. Enquanto as trans negras não tiverem acesso e o seu reconhecimento, continuaremos marchando. Essa é a ideia! O Julho das Pretas é uma estratégia de levante, é uma estratégia revolucionária.
PARANÁ
Heliana Hemetério, coordenadora da Rede de Mulheres Negras do Paraná
O Julho das Pretas no Paraná começou em 2017 e ocorreram na cidade de Curitiba, terminando com uma atividade no Quintal da Maria, um ponto de reunião da população negra. Em 2018, a gestão fez parcerias com mulheres negras autônomas que fizeram vários eventos em diversos bairros. Isso foi excelente. Porém, quando assumi a coordenação da Rede (2019), e decidi que eu iria interiorizar o Julho das Pretas. O Julho das Pretas ocorreu em cinco municípios, dentro de uma casa de santo, em um terreiro de candomblé da Mãe Marina de Ogum, em Foz do Iguaçu. Foi excelente! Para mim, enquanto coordenadora da Rede, e para todo o resto da coordenaç, nós demos um salto! No primeiro ano era a articulação da gestão vigente boa época, tinham muitas pessoas ligada a universidade. Ficou bonito. Ano passado, embora eu não fosse coordenadora, eu pedi para interiorizar, mas repetiram a dose na cidade de Curitiba no mesmo molde, porém ligado à academia, a universidade. Então quando eu assumi, conversei com a coordenação, expus minha solicitação do ano anterior como afiliada e agora como coordenadora executiva da necessidade de mudar os moldes.
O Julho das Pretas 2019 foi muito bom, fizemos em cinco municípios, entre eles essa casa de terreiro da mãe Marina de Ogum, em Foz do Iguaçu, fizemos em Nélio Procópio, Quilombo da Restinga, Matinhos e Curitiba. Participamos das mesas na universidade, teve sessão de cinema. Na comunidade do Parolin, uma comunidade grande, embora as pessoas pensem que me Curitiba não tem comunidade, aqui tem 259 favelas, que aqui são chamadas de invasões. Eles não querem esse termo favela. O que posso dizer é que foi positivo! Você sabe como é Curitiba é uma cidade complicada, é um racismo danado, uma dificuldade de discutir. Tem toda uma maneira (elaborada) de trabalhar o racismo aqui. Eu tive que me empoderar, eu tive que pesquisar que população era essa. Teve a homenagem as mulheres negras que achei perfeita. A Feira de Empreendimento, homenageando essas mulheres negras que estão a anos nessa luta contra o racismo nessa cidade, mulheres de comunidade, mulheres empreendedoras. Comemorou-se 10 anos da Feira de Empreendedorismo que agora começa a dar movimento, que fica na praça Zumbi dos Palmares, que é a praça dedicada a homenagear os negros da cidade, porém fica num bairro distante. Enquanto você vê Bosque do Papa, Bosque da Ucrânia, todos em bairro nobre. Eu só participei das comemorações populares. Na universidade já tem muito compromisso, e chega! Estou assim nesse momento. Num momento desses, a gente tem que trazer mais pessoas para o debate entenderem o que é o Julho das Pretas, porquê pensa-se que é festa. Não! Qual é o origem do Julho das Pretas?
RECIFE
Eduarda Nunes – Comissão de Comunicação da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco
A Rede de Mulheres Pretas de Pernambuco promoveu atividades em cinco cidades da região metropolitana de Recife, no Sertão e na Zona da Mata do Estado. Temas como educação, saúde, comunicação, moradia, trabalho, encarceramento e memória foram abordados nas rodas de diálogos, oficinas, intervenções culturais e participação em eventos e programas de rádio. Mais de 500 mulheres participaram diretamente das atividades. Ficamos felizes de retornamos a espaços que já tínhamos aproximação e perceber o quanto as mulheres negras têm tomado cada vez mais propriedade e consciência sobre as suas vidas e seus corpos. Em Pernambuco, esse mês de celebração de nossas vidas tem recebido adesão maior a cada ano que passa alcançando mais mulheres negras que não estão organizadas em movimentos sociais. Grupos mistos e até os que não têm trabalhado com a temática racial têm reservado momento para a discussão sobre o 25 de julho. Avaliamos como positiva essa preocupação de, além de falar sobre, nos convidar para facilitar alguns desses espaços. Ficamos felizes em observar em como temos andado para frente junto às nossas companheiras pernambucanas.
PARÁ
Lorena Araújo – Articulação de Mulheres Negras – Região Norte
Avalio o Julho das Pretas na região norte como evento grandioso, que em meio ao retrocesso de muitas de nossas conquistas tem chamado atenção sendo um momento ímpar na atual conjuntura. A região norte por si só ela tem as suas peculiaridades que devem sempre ser levadas em consideração quando a gente avalia as ações que envolvem as mulheres negras, que resistem às lutas diárias que o sistema racista e desigual nos impõe. Dentre as ações desse Julho das Pretas cito a *Quarta Marcha das Mulheres Negras, em Belém do Pará, coordenador pelo CEDENPA e a Gira das Pretas, em Macapá, pelo Instituto de Mulheres Negras do Amapá (IMENA). Essas ações só visam a fortalecer essas a luta dessas mulheres negras e em especial a mulheres negras da região norte. Avalio esse julho da Pretas como um momento ímpar de discussões e debates e de chamar a atenção da sociedade para o olhar diferenciado para essas mulheres negras, e para essas mulheres afro-amazônicas aqui da região norte.
* Discurso proferido por Mãe Juá D’ Óya na concentração da Quarta Marcha das Mulheres Negras, em Belém do Pará, no dia 25 de julho de 2019.
“Hoje é dia de festa! Vamos relembrar as nossas irmãs que ficaram no caminho, as nossas irmãs que foram e que são todos os dias assassinadas por um sistema inescrupuloso que não tem pena, que não gosta da nossa cor. Mas nós também hoje, além de lembrar da Marielle e de tantas outras mulheres que ficaram pelo caminho, nós vamos caminhar pela nossa vida, pelo bem viver, pelo direito ao nosso corpo, pelo direito de ir e vir, para dizer à sociedade e a esse governo assassino que nos vigia e nos amedronta todos os dias, que mesmo dilacerando nossas almas, nossos corpos, nós estaremos juntas, caminhando de cabeça erguida, pés firmes no chão porquê nós somos mulheres da Amazônidas, e nós somos guerreiras. Os nossos atabaques vão estar rufando naquela praça quando a gente chegar, nós somos mulheres das matas, nós somos guerreiras e vamos continuar nessa guerra pela vida dos nossos filhos negros, pela vida das mulheres negras de periferia. Nós vamos continuar em marcha porque essa é a nossa vida. Os nossos passos vêm de longe e jamais nos pararão. Enquanto houver essa juventude aqui, que nos olha, que caminha conosco, nos teremos a certeza de que nenhum governo, nenhum sistema há de nos destruir. Porquê nos somos as filhas da vitória! As nossas antepassadas foram assassinadas naqueles coveiros. E as que conseguiram atravessar de África, arrastadas, até o Brasil, resistiram! E nós somos a prova disso. Continuaremos resistindo. Saravá a todas nós! Salve as mulheres negras brasileiras! Salve as mulheres amazônicas”.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=pbRmcoLr2Kc
ALGUMAS MATÉRIAS PUBLICAS
Diário Digital – 13/07/2019
http://www.diariodigital.com.br/geral/campanha-julho-das-pretas-sera-lancada-neste-sabado/184424/
Enfoque MS – 10/07/2019
https://www.enfoquems.com.br/regiao/julho-das-pretas-intensifica-o-combate-ao-racismo
Enfoque MS – 15/07/2019
https://www.enfoquems.com.br/noticias/confira-calendario-de-eventos-da-campanha-julho-das-pretas
Campo Grande NEWS – 15/07/2019
G1 – Bahia – 19/07/2019
Cida Verdade – Piauí – 02/07/2019
Bem Paraná – 18/07/2019
Brasil de Fato – 31/07/2019
Observatório G – 01/08/2019
O Pantaneiro – 26/07/2019
Brasil de Fato – 08/07/2019
A Tarde – Salvador – 14/07/2019
https://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/2074944-mab-recebe-debate-sobre-feminismo-negro
G1 – Bahia – 26/07/2019
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2019/07/26/audiencia-publica-em-salvador-promove-debate-sobre-acesso-a-justica-e-direito-a-cidade-neste-sabado.ghtml
G1 – Mato Grosso do Sul – 10/07/2019
G1 – Distrito Federal – 10/07/2019
Bem Paraná – 21/07/2019
Bem Paraná – 21/07/2019
A Tarde – Salvador – 24/07/2019
Simões Filhos Online – 18/07/2019
Acorda Cidade – Feira da Santa – 29/07/2019
Correio Nagô
https://correionago.com.br/portal/julho-das-pretas-reune-intensa-programacao-e-debates/
Instituto Odara
https://institutoodara.org.br/julho-das-pretas/
Instituto Odara
https://institutoodara.org.br/7a-edicao-do-julho-das-pretas-mulheres-negras-por-um-nordeste-livre/
Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia
http://www.irdeb.ba.gov.br/evolucaohiphop/?p=7544
Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – 03/07/2019
Geledés Instituto da Mulher Negra
https://www.geledes.org.br/tag/julho-das-pretas/
Enfoque MS – 12/07/2019
https://www.enfoquems.com.br/campo-grande/prefeitura-lanca-campanha-julho-das-pretas-neste-sabado
Portal Educativa – 11/07/2019
http://www.portaldaeducativa.ms.gov.br/campanha-julho-das-pretas-e-destaque-no-bom-dia-campo-grande/
Central Única dos Trabalhadores – Paraná – 12/07/2019
A Crítica – MS – 15/07/2019
Prefeitura Municipal de Curitiba – 18/07/2019
Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia – 23/07/2019
Instituto Federal Baiano – Campus Governador Mangabeira – 25/07/2019
http://www.ifbaiano.edu.br/unidades/gmb/2019/07/17/julho-das-pretas/
Mundo Negro – 10/07/2019
https://mundonegro.inf.br/agenda-do-julho-das-pretas-na-bahia-conta-com-mais-de-150-atividades/
Prefeitura de Salvador – 30/07/2019
Universidade Estadual de Feira de Santana – 01/08/2019
http://www.uefs.br/2019/08/2668/Mesa-redonda-encerra-Julho-das-Pretas-na-Uefs.html
A Tarde – Salvador – 26/07/2019
A Tarde – Salvador – 25/07/2019
APPSindicato – 17/07/2019
https://appsindicato.org.br/julho-das-pretas-promove-calendario-voltado-a-mulher-negra/
Fundacentro – Centro Regional da Bahia – 31/07/2019