Análise sobre a conjuntura brasileira e as desigualdades sociorraciais no país neste século XXI

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Os debates ideológicos que permearam o pensamento político brasileiro ao longo do século 20 contaram com a participação de adeptos das vertentes da democracia liberal, do socialismo e do autoritarismo, com pequenas variações. Tais correntes, ao se defrontarem, promoveram e alimentaram as ideias da intelligentsia nacional por todo aquele período.

Todavia, na prática, aquelas formulações foram incapazes de evitar que o Brasil se tornasse um dos países mais desiguais do mundo. Um país imenso com mais de duas centenas de milhões de habitantes, pertencente ao seleto grupo das 10 maiores economias do mundo, com mais de meio milênio de história e dotado de recursos naturais únicos no planeta, como a floresta e bacia amazônicas, além de um litoral vasto e um clima invejável na maior parte de seu grande território. Na metade da 2ªdécada do século 21, o “Brasil-Potência” ainda enfrenta anacronismos como a ausência de saneamento básico para grande parte de sua população, se revelando um “gigante com pés de barro”2.

O que não falta são diagnósticos, na maioria das vezes produzidos pelos próprios governos, que tentam decifrar o enigma de um país assimétrico: rico e pobre, desenvolvido e ao mesmo tempo miserável, como é revelado por milhares de favelas espalhadas pelo país, que convivem com uma vasta quantidade de condomínios de luxo, fatos que deixam a nu o sofisticado apartheid brasileiro – status quo que se insiste em manter, como se nota no presente momento da vida nacional.

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